:: Starbucks ::

Enfim, pareceu-me que Lili me olhava sonhadora, mas eu sempre imaginei coisas, então desviei os olhos para aquela minha xícara vazia. Fez silencio novamente. Acho que isso está se tornando frequente. Ouvi passos de salto alto cruzando o salão da cafeteria - Clanc Clanc Clanc - Uma voz familiar rompeu o silencio. Longas madeixas douradas, um sorriso brilhante e lá estava ela... Uma das minhas paixonites, Fora Lilith e uma outra menina que não me recordo o nome. A blondine Amanda estava bem diante de meus olhos. Automaticamente um sorriso estatelou-se no meu rosto.
- Amanda?! É você mesma?! Puxa quanto tempo! - despejei minhas palavras de alegria e encantamento.

Estávamos ali, eu a loira e a morena. Elas estavam lindas e super elegantes. Eu parecia um mendigo ruivo, mas não me importei. Assenti ao que Lili falou sobre sua mãe. Todavia sobrei em suas conversas. Assunto aleatórios além do meu simples conhecimento. Mas isso não me importava. Vê-las felizes e tão próximas me deixava encantado. Parecia que uma completava a outra de uma forma que eu nunca vou entender... e acho. Arrumei minha cabeleira ruiva e voltei a brincar com a colher que estava ao lado da minha xícara. Não queria interrompe-las, então achei justo ficar no meu mundinho e observá-las.

Revire os olhos depois de abraça-las. Eu gosto de contato e sinto falta quando não vejo as pessoas de quem eu gosto todos os dias. Fiz uma careta alegre pra Angel e fiz questão de não responde-la. Logo bebi um gole do capucino. Engoli todo o liquido quente de uma só vez quando soube pra onde minha amiga loira havia viajado.
- Nossa Italien! Que legal... Quando eu morava na Europa, eu vivia indo pra Itália... mas enfim, muito legal! - Limpei meus lábios com um pedaço de papel, vulgo guardanapo. Demon continuou contando de suas aventuras em terras italianas, com uma empolgação unica que ela sempre tivera. É muito bom escutar a voz dela: Ritmada, cheia de emoção, as vezes ela faz um biquinho que parece um gatinho. Ao lado dela estava Angel, toda entediada, pois certamente ela já ouvira esses relatos de Amanda. Segurei um riso. O rosto de Lili estava muito engraçado. Mas não me segurei e acabei rindo do que ela falou sobre plastico. - Bom eu sou feito de açúcar, todas me desejam! - me debulhei em risos convencidos. Ajeitei meu cabelo flamejante e voltei a rir.

o silencio durou pouco, mas quando Demon me perguntou sobre eu estra acordado, eu não sabia o que dizer. Talvez ansiedade por causa dos jogos decisivos ou mesmo um pensamento sobre o futuro me deixava assim, acordado. Pensar na vida não é uma coisa tranquila de se fazer. Peguei a chave de casa: Uma de quatro segredos com um chaveiro de bola de basquete.
- Tenho vários Jogos nessa temporada... - Disse balançando a chave. Não menti, mas também não falei toda a verdade. - ...Por isso a insonia. Mas fora isso, vocês estão super arrumadinhas, certeza que vocês estavam indo pra uma festa sem mim! Não caio nessa de perdi o sono! - acusei as duas com um sorriso malicioso. Ok! eu não sou fã de super festas, mas gosto de ser convidado! Fitei-as com meus olhos de esmeralda cativantes, jogando meu cabelo de lado.

Senti uma certa tristeza. Angel, Lili, estava indo embora. Ela deu-me seu novo número de telefone, e disse para marcarmos algo. Certamente eu iria ligar, assim que eu conseguir um tempo dos treinos. Senti seus braços ao meu redor, e uma saudade que pareceu-me eterna, já estava apertando meu coração. Senti seu perfume escapar do alcance de minhas narinas e sua silhueta sumir depois e cruzar a porta do estabelecimento. Meus olhos se tornaram melancólicos, mas logo esqueci da visão de Lili sumir e voltei a sorrir intensamente para Amanda. Fazia um tempinho que não a via, e estar agora sozinho com ela, era extremamente precioso. Bati carinhosamente na mão de minha amiga, querendo chamar sua atenção.
- E ai Demon, me conta mais de você. Seus podres... - Eu ri com meu comentário idiota. Peguei meu celular e anotei o telefone novo de Lili. - Brincadeira. Mas me fala onde você está estudando agora... Como é lá. - Disse finalizando de digitar o número e colocando meu celular em cima da mesa. Dei um gole no capucino, fitando-a com meus olhos de esmeralda. Ajeitei minha cabeleira ruiva e organizei meus pertences na mesa - Celular, Chaves de casa e a Xícara de capucino - enquanto aguardava ouvir a melodiosa voz de Amanda.

Me senti muito querido quando Amanda disse que ia me amarrar pra não me deixar partir. Sério, meu coração pulsou de alegria, eu também corei um pouco quando ela me chamou de fofo. Revirei os olhos e mordi meu dedão - Faço isso quando fico extremamente tímido - senti meu rosto quente, mas não dei bola pra isso. Voltei a consciência e apontei para amanda com o rosto sério.
- É sério, Não conta! - eu tenho vergonha de fazer essas declarações - eu quis continuar, mas não o fiz. Ela ria!

Balancei minha chave com a bolinha de basquete. Do nada Demon quis me contar sobre o que estava acontecendo. Acho que ela não aguentou a pressão de eu lhe contar um segredo e, resolveu contar o dela. Assenti positivamente. me inclinei por sobre a mesa, querendo ficar mais perto de Amanda. Nossos olhos se cruzaram. E algo realmente sério estava rondado dentro de meu cérebro. Cada palavra que ela me dizia, batia como um martelo bate num prego. MARCADA. VAMPIRA. MENTIRA. - Meu mundo de uma hora para outra parou. Silencio. Tudo o que eu escutava era... nada. Eu não estava escutando mais nada. Amanda era uma Vampira, e era exatamente por isso que ela havia sumido. Tudo fazia sentido agora! Meus olhos arregalados, minha boca aberta, uma vontade de gritar. Tive que fazer uma força enorme para voltar a realidade.
-Lilith ist auch ein Vampir?! - Eu tava tão descontrolado, que falei tudo em alemão! Eu tinha um certo ódio de vampiros, pois descobri que parte da família de meu pai, é toda formada por seres das trevas... Salvo meu querido pai! Eu sabia que foi um vampiro que matou meus pais!

Lagrimas se formaram em meus olhos. Mas obriguei-as a voltarem para dentro de meus olhos. Respirei fundo. Aceitei a realidade de minha "amiga" vampira. Não olhei em seus olhos. Contei até dez, antes de lhe dirigir a palavra novamente:
- Acho que seu apelido lhe cai bem agora... - forcei-me a olha-la, em seus olhos monstruosos, porem ainda belos. - ... Demon! - me referi a besta que ela era agora.

Tudo bem, minha reação foi exagerada. Não devi ater explodido nem nada. Confesso que fui rude com Amanda. Não é sempre que você descobre que uma de suas melhores amigas é uma aberração completa. Eu jamais havia ficado tão irado na frente de alguém. A garota que eu chamei de demônio (com razão) Fitava-me pelo vidro do estabelecimento. Contei novamente até 10 e com uma de minhas mãos pedo para que ela esperasse. Corri até o balcão, paguei os cafés que tomei e corri até o alcance da loira!
- Eeeeeeeeeeiii espera ai!! - gritei por ela.

Chegando ao seu alcanço, toquei seus ombros. Ofeguei? Não, eu sou atleta. Olhei-a com meus olhos ternos e cheios de bondade. Sorri um pouco aflito, mas nada conflitante com os meus sentimentos recentes.
- Você é a minha amiga... - Arrastei seus braços até mim, lhe dando um grande abraço. Segurando-a de forma que ela não escapasse de meus braços. - Minha diabrete loira... - completei afagando seus cabelos dourados.

Afastei-a de mim. Meus rosto continuava sério, mas não acusatório. Ela é minha amiga, e não posso demonstrar preconceito pelo que ela é ou deixa de ser.
- Desculpa minha reação... É que foi muito pra digerir de uma vez só! - confessei. Não deixei de segurar sua mão. Agora olhando-a melhor, Ela me dava medo, mas continuava extremamente bela. A demon de sempre!

Amanda repudiou o contato comigo. Quem deveria ficar longe dela era eu e não o contrário. Ela colocou suas mãos no bolso e disparou suas palavras contra mim. Não sabia o que fazer com tanto desabafo de uma só vez. Tudo bem, eu nunca falei frente a frente com uma vampira, mas eu posso aprender a lidar com isso. Afinal Amanda é minha amiga desde que cheguei aqui nos EUA. A conheço a mais tempo do que qualquer outra pessoa. Eu queria bater na cara dela, mas não sabia se eu ia quebrar minha mão no processo, então resolvi tocar sua face, a fim de fixar meus olhos esmeralda na luz de seus olhos. Minha pele quente em seu rosto frio me deu a sensação mais estranha até agora, mas não arredei o pé. Meu coração bateu forte, minha respiração acelerou.
- Ok! eu estou com medo de você nesse exato momento - Confessei - Mas não vou te deixar nem por um minuto, como seu amigo, amigo de verdade, está implícito a expressão "NUNCA ABANDONAR!" - engoli em seco e corei ( É corei, e daí... Antes de Lili eu era completamente apaixonado por Demon, me deixe em paz). Deslizei minha mão pelo seu queixo e o balancei. Sempre fazia isso quando Amanda ficava um pouco relutante ou mesmo cabisbaixa - Você é minha aberração preferida... -Bom, agora era! Nunca conheci outra vampira, ou lobisomens, ou etc. Arrumei suas madeixas amarelas e sorri. Não um sorriso comum, mas o meu melhor sorriso. Dentes brilhantes, olhos compreensivos e uma áurea de calmaria. Não a quero longe, mas também não sei se a quero tão muito perto... Principalmente de seus dentes! Cocei a cabeça e dei um passo atrás... com um sorrisinho tímido.

Assenti ainda segurando minha tremedeira. Mesmo que eu me segurasse para não sair correndo, acho que era visível o meu "medo" estampado pelo olhar. Sorri para ela enquanto se afastava de mim. Não tenho medo de falar com ela pelo celular, isso seria bom , pra eu me acostumar. Ok! sua voz e sua aparência ainda eram as mesmas, mas sua biologia estava mudada.
- Ok... Eu te ligo... amanhã depois do jogo... - Eu iria ligar, mas não soou convincente. Apanhei seu beijo voador e sorri de lado, por causa do seu comentário funesto acerca do meu sangue.

Enquanto Demon partia e se afastava de minha visão, meu coração palpitou de angustia e desespero. Eu não podia cair aqui no meio da calçada e prantear a marcação de uma querida. seus cabelos loiros balançando em suas costas, o rebolado de sempre e a té mesmo a fragilidade. Assim que ela virou para dar um ultimo tchau, seu sorriso soou bem falso pra mim... Mas não a culpo, se eu fosse um vampiro e contasse para um dos meus melhores amigos, e este tivesse uma reação errada da situação... certamente ficaria assim - cabisbaixo, falso e quem sabe com pressa de ir embora, d eme afastar dos meus amigos. Eu mesmo estava querendo me afastar de Amanda, mas acho que tenho que rever meus conceitos e esquecer os fantasmas do passado.

Acenei de volta, e também segui meu rumo. Estava bem tarde e eu precisava descansar para o jogo de logo mais. Dei de costas para a vampira e segui meu caminho de volta pra casa... tentando processar as informações que eu havia recebido. Espero que não tenha pesadelos com ela tentando me atacar! voltei rindo mentalmente! Não quero ver Amanda tão cedo, mas também não quero vela quando morrer... Talvez eu ligue pra ela ainda no final de semana pra um... sei lá? Passeio? Uma conversa? enfim...